
Qual o tamanho do cuidado que você tem com o manuseio de alimentos, água e gatos? Talvez você não esteja entendendo o que essa prática tem a ver com saúde ocular, mas tudo ficará claro a seguir.
Esses hábitos, apesar de parecerem simples, são determinantes para evitar a toxoplasmose, uma doença infecciosa causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, que pode ser encontrado em água e carnes contaminadas após o contato com fezes de gatos infectados. A transmissão durante a gravidez pode ser uma importante via de infecção para o feto.
Uma das manifestações mais comuns da doença é a ocular. Nela, costumam surgir inflamações na retina e coroide (coriorretinite) que podem causar dor, vermelhidão e comprometimento da visão. Além disso, na ausência de tratamento, podem evoluir para catarata, descolamento de retina, pressão intraocular elevada, edema macular e consequente perda da visão.
Há ainda um risco maior de surgirem conjuntivites, inflamações nas outras estruturas da úvea (íris e corpo ciliar) e atrofia óptica.
É importante ressaltar que o comprometimento ocular derivado da toxoplasmose pode ocorrer anos após a contaminação, o que dificulta o diagnóstico.
O diagnóstico dessa doença é clínico e, quando precoce, auxilia no tratamento e colabora para que melhores resultados sejam alcançados.
A forma como o médico atuará no caso depende muito da gravidade e localização da lesão.
Sobre as outras manifestações
De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, a toxoplasmose tem um quadro clínico variado que pode ser assintomático ou ter manifestações sistêmicas graves. Entre elas estão a febril aguda (que pode causar pneumonia difusa, miocardite, miosite, hepatite, encefalite e exantema maculopapular) e a neonatal (ligada à prematuridade, encefalite, coriorretinite e calcificações cerebrais).
Fonte: Sociedade Brasileira de Infectologia
Lisboa M., et al. Toxoplasmose Ocular Primária. Revista Oftalmologia - Vol. 37: pp.133-138.
Machado, R. A. Prevalência de cicatrizes coriorretinianas em exames angiográficos. Rev. bras.oftalmol. 2016, vol.75, n.2, pp.99-102.